Mente cambial, você tem?

Quando chegamos no Japão, existe muita adaptação, e um dos pontos mais complexos é quando falamos de dinheiro. Saímos do Brasil, onde o comum são compras de 3 dígitos, ou seja de R$100 a R$999 reais, mas quando estamos no Japão, logo nas compras de mercado já são de 4 dígitos ou até 5 dependendo da compra. Então a “mente cambial” vai fazendo parte do seu dia a dia. Mas aos poucos você percebe, que as conversões não funcionam tão bem, e vai deixando de pensar quanto vale isso em reais para saber o quanto é caro, e quanto é barato.

Conversão padrão

Atualmente você tem ¥1, valendo R$0,038. Ou seja, uma coisa que você compra na loja de ¥100 já com imposto, custa cerca de R$4,20. Mas você não tem a impressão de que ganhar o ¥100 é muito mais fácil do que R$1 no Brasil? Isso é bem louco, mas realmente numa política onde os juros são baixíssimos e economia estável, entender pelo menos um pouco sobre o assunto, acaba ajudando a administrar melhor seu dinheiro. Muitas vezes no ápice do consumo, pensar e fazer o câmbio do que está comprando, faz repensar a compra, ou mesmo dá aquele empurrãozinho que faltava, transformando o alvo do desejo em lógica de consumo!

Remessas para o Brasil

Para quem faz remessa de dinheiro ao Brasil, ainda tem que pensar no trâmite cambial incluindo o dólar. A maioria das empresas cambiais fazem a remessa do Japão para o Brasil, tendo como base o dólar. Então, quando o dólar está alto no Brasil, a remessa do Japão é sempre mais vantajosa. Mas estamos acompanhando uma economia no Japão, onde o iene está desvalorizado perante o dólar, e isso acabou também atingindo as remessas para o Brasil. O iene atingiu o valor mais baixo em quase 24 anos, e mesmo com dólar alto em relação ao real, ele também está alto em relação ao iene. Então lá se vai a vantagem…

Vamos confiar que as medidas que serão tomadas pelo governo, coordenado com as medidas junto ao Banco do Japão, enquanto monitora o mercado cambial e o impacto sobre a economia, sejam suficientes para conter essa desvalorização e ao mesmo tempo que torcemos para que a política de juros dos Estados Unidos também dê uma freada, para estabilizar o mercado financeiro mundial.

Administração financeira

O conceito mais usado sobre a melhor forma de administrar seu dinheiro é: 50-30-20. Ou seja mantenha seus custos domésticos essenciais, com 50% do valor que a unidade familiar tem de valores recebidos (salários, baitos e outras fontes), 30% com desejos pessoais e 20% ou para quitação de dívidas ou reserva em investimentos. Aqui no Japão, se você está como casal, e pretende voltar para o Brasil com boa reserva, já escutou que ” você vive com salário do homem e guarda o salário da mulher”? Claro que nem sempre é possível, mas acredite, anotar suas despesas ajuda a se controlar melhor. É como se fosse uma dieta, só que ao invés de contar calorias e anotar, você vai controlar com as notinhas e cupons de pagamento que faz, e anotar.

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Fonte: Mobilis, NHK

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